Obrigado pela sua visita!

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

No dia dos 70 anos de Pelé, ex-atacante lembra do América x Santos de 1957



Hoje, Octacílio vive em São Francisco do Sul (onde nasceu), com a mulher Maria França, um dos filhos, a filha (especial) e um neto
Foto:Salmo Duarte

Octacílio da Luz conta histórias de quem jogou com o Rei em Joinville

No dia dos 70 anos de Pelé, ex-atacante lembra do América x Santos de 1957
Octacílio da Luz conta histórias de quem jogou com o Rei em Joinville
Lucas Balduíno | lucas.balduino@an.com.br
Diário Catarinense

Pelé fez 70 anos neste sábado. Em Joinville, Pelé e o Santos passaram quando sua majestade engatinhava no futebol, com 16 anos. Foi em 1957, para um amistoso com o América, um dos principais times do Estado. Uma passagem marcante na vida do atacante Octacílio da Luz, da equipe joinvilense, um dos poucos que ainda vive para contar a história.

No dia 17 de fevereiro de 1957, o América recebeu o Santos. Do lado joinvilense, a promessa de gols estava nos pés de Euclides, o craque do time, e de Octacílio. Do outro, a força ofensiva da equipe paulista era formada por Jair Rosa Pinto, Alfredinho, Durval e um garoto de 16 anos, ainda desconhecido, chamado de Pelé.

— Quando o Santos veio para cá, o grande nome deles era o Jair Rosa Pinto. O Pelé era reserva do Alfredinho, mas depois daquele jogo, ele não saiu mais do time —, lembra Octacílio, hoje com 73 anos.

Em Joinville, Pelé passou sem deixar a bola na rede. Mas aquele foi apenas o quinto jogo do Rei com a camisa do Santos. Até o final daquele ano, Pelé jogou mais 70 partidas pelo time da Vila e marcou 68 gols.

Hoje, Octacílio vive em São Francisco do Sul (onde nasceu), com a mulher Maria França, um dos filhos, a nora e um neto. Faz pouco mais de um ano que trocou Joinville por São Francisco.

— A Joinville de hoje não é mais como a de antigamente. Chega uma idade em que precisamos de sossego.

A Joinville de antigamente que o ex-atacante do América recorda era aquela em que as noites de jogos do América eram precedidas por uma tarde de sinuca no bar com os colegas. Foi em uma dessas tardes que Octacílio cruzou pela primeira vez com Pelé.

— Estávamos jogando sinuca no Centro em uma casa de jogos. Então, entrou a delegação do Santos e foi conversar com a gente. O Pelé era o mais calado de todos. Uma hora, o Jair (Rosa Pinto) falou: 'Tá vendo aquele negão ali? Não sabe nem falar, mas vocês vão ver o que ele vai fazer em campo' —, lembra Octacílio.

Naquele dia do amistoso, Pelé não conseguiu furar a meta defendida pelo goleiro Bosse. Mesmo assim, ficou marcado na memória de Octacílio como um garoto abusado, que driblava de longe e tinha uma habilidade impressionante.

— Quem jogou contra ele lembra da facilidade que tinha para driblar. A gente tentava parar, mas parece que tinha sabão nele.

A partida terminou com vitória do Santos por 5 a 0. Reza a lenda, que, ao final do jogo, a diretoria do Santos teria se interessado pelo Euclides dos Reis e oferecido Pelé como moeda de troca, mas a diretoria americana não aceitou o negócio.
— Não é lenda, isso aconteceu mesmo —, jura Octacílio.

Nenhum comentário:

Postar um comentário