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quinta-feira, 6 de outubro de 2011

11 de Outubro dia do Deficiente Físico
 
No dia 11 de outubro é comemorado o Dia do Deficiente Físico. Mas será uma data que representa comemoração ou está mais para o lado da reivindicação?
Mais do que uma data, este dia representa a possibilidade de reflexão de todos os setores da sociedade sobre o tema.


O Censo Demográfico do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) revelou que em 2000 a população brasileira era composta por 24,5 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência o que representa 14,5% população, os deficientes físicos representam cerca de 4,1%.
Apesar desse número expressivo, as pessoas com deficiência ainda enfrentam inúmeras dificuldades desde a locomoção, educação e preconceito pela falta de informação. O preconceito infelizmente aparece em diferentes maneiras: em um olhar, uma palavra mal expressada, a falta de tolerância. As barreiras físicas também expressam preconceito no sentido de mostrar que as ruas, os transportes, as lojas em muitos casos não estão preparados para receber uma pessoa com deficiência. Isso pode resultar em uma certa segregação, afastando ainda mais a pessoa do convívio social.

Necessita-se de um olhar diferenciado e não diferente para estas questões que implicam num contexto sócio-histórico-cultural. Nesse sentido vale lembrar que:




"Deficiente não é a pessoa que apresenta diferenças físicas, mentais ou sensoriais, deficiente é qualquer pessoa que não está apta para desempenhar função fora do seu conhecimento e de seu alcance.
Deficiência não é doença; pode ser uma sequela da doença.
A deficiência não modifica o ser em sua essência, apenas o limita em alguns aspectos. Com apoio, determinação e vontade, todos temos condições de transformar a limitação em potencial de adaptação ao meio. Não há necessariamente identidade de interesses entra as pessoas com a mesma deficiência; cada pessoa é única em seu modo de pensar, querer e sentir.



Portanto não se deve igualar as pessoas por suas características, mas respeitar seu direito de ser diferente."
Texto extraído da apostila
(Como Lidar com as Pessoas com Deficiência, 2010, p.4)


http://deficiencianet.blogspot.com/2010/10/11-de-outubro-dia-do-deficiente-fisico.html

terça-feira, 22 de março de 2011

BIG BROTHER BRASIL

BIG BROTHER BRASIL

(Autor: Luiz Fernando Veríssimo)



Que me perdoem os ávidos telespectadores do Big Brother Brasil (BBB), produzido e organizado pela nossa distinta Rede Globo, mas conseguimos chegar ao fundo do poço...A décima primeira (está indo longe!) edição do BBB é uma síntese do que há de pior na TV brasileira. Chega a ser difícil,... encontrar as palavras adequadas para qualificar tamanho atentado à nossa modesta inteligência.

Dizem que em Roma, um dos maiores impérios que o mundo conheceu, teve seu fim marcado pela depravação dos valores morais do seu povo, principalmente pela banalização do sexo. O BBB é a pura e suprema banalização do sexo. Impossível assistir, ver este programa ao lado dos filhos. Gays, lésbicas, heteros... todos, na mesma casa, a casa dos “heróis”, como são chamados por Pedro Bial. Não tenho nada contra gays, acho que cada um faz da vida o que quer, mas sou contra safadeza ao vivo na TV, seja entre homossexuais ou heterosexuais. O BBB é a realidade em busca do IBOPE...
Veja como Pedro Bial tratou os participantes do BBB. Ele prometeu um “zoológico humano divertido” . Não sei se será divertido, mas parece bem variado na sua mistura de clichês e figuras típicas.
Pergunto-me, por exemplo, como um jornalista, documentarista e escritor como Pedro Bial que, faça-se justiça, cobriu a Queda do Muro de Berlim, se submete a ser apresentador de um programa desse nível. Em um e-mail que recebi há pouco tempo, Bial escreve maravilhosamente bem sobre a perda do humorista Bussunda referindo-se à pena de se morrer tão cedo.

Eu gostaria de perguntar, se ele não pensa que esse programa é a morte da cultura, de valores e princípios, da moral, da ética e da dignidade.

Outro dia, durante o intervalo de uma programação da Globo, um outro repórter acéfalo do BBB disse que, para ganhar o prêmio de um milhão e meio de reais, um Big Brother tem um caminho árduo pela frente, chamando-os de heróis. Caminho árduo? Heróis?

São esses nossos exemplos de heróis?

Caminho árduo para mim é aquele percorrido por milhões de brasileiros: profissionais da saúde, professores da rede pública (aliás, todos os professores), carteiros, lixeiros e tantos outros trabalhadores incansáveis que, diariamente, passam horas exercendo suas funções com dedicação, competência e amor, quase sempre mal remunerados..

Heróis, são milhares de brasileiros que sequer têm um prato de comida por dia e um colchão decente para dormir e conseguem sobreviver a isso, todo santo dia.

Heróis, são crianças e adultos que lutam contra doenças complicadíssimas porque não tiveram chance de ter uma vida mais saudável e digna.

Heróis, são aqueles que, apesar de ganharem um salário mínimo, pagam suas contas, restando apenas dezesseis reais para alimentação, como mostrado em outra reportagem apresentada, meses atrás pela própria Rede Globo.

O Big Brother Brasil não é um programa cultural, nem educativo, não acrescenta informações e conhecimentos intelectuais aos telespectadores, nem aos participantes, e não há qualquer outro estímulo como, por exemplo, o incentivo ao esporte, à música, à criatividade ou ao ensino de conceitos como valor, ética, trabalho e moral.

E ai vem algum psicólogo de vanguarda e me diz que o BBB ajuda a "entender o comportamento humano". Ah, tenha dó!!!

Veja o que está por de tra$$$$$$$$$$$$$$$$ do BBB: José Neumani da Rádio Jovem Pan, fez um cálculo de que se vinte e nove milhões de pessoas ligarem a cada paredão, com o custo da ligação a trinta centavos, a Rede Globo e a Telefônica arrecadam oito milhões e setecentos mil reais. Eu vou repetir: oito milhões e setecentos mil reais a cada paredão.

Já imaginaram quanto poderia ser feito com essa quantia se fosse dedicada a programas de inclusão social: moradia, alimentação, ensino e saúde de muitos brasileiros?

(Poderiam ser feitas mais de 520 casas populares; ou comprar mais de 5.000 computadores!)

Essas palavras não são de revolta ou protesto, mas de vergonha e indignação, por ver tamanha aberração ter milhões de telespectadores.

Em vez de assistir ao BBB, que tal ler um livro, um poema de Mário Quintana ou de Neruda ou qualquer outra coisa..., ler a Bíblia, orar, meditar, passear com os filhos, ir ao cinema..., estudar... , ouvir boa música..., cuidar das flores e jardins... , telefonar para um amigo... , visitar os avós... , pescar..., brincar com as crianças... , namorar... ou simplesmente dormir.

Assistir ao BBB é ajudar a Globo a ganhar rios de dinheiro e destruir o que ainda resta dos valores sobre os quais foi construída nossa sociedade.
Um abismo chama outro abismo.